Berlim

A história do Darwin

Foi um longo caminho para que o Darwin pudesse chegar até nós. E não estou falando da distância entre Alemanha e Portugal, de onde ele veio. Não! Estou falando da curiosa jornada em busca de um vira-lata nas terras germânicas.

Diferentemente do Brasil, onde há mais cães em necessidade do que pessoas dispostas a adotar, na Alemanha não tem cachorro de rua e há poucos abandonos de animais, e a sua maioria ocorre por morte do dono ou problemas comportamentais sérios. E nesses casos, teríamos um animal já velho ou muito difícil de sociabilizar com uma criança.

Eu procurei um vira-lata por 4 ou 5 meses em Berlin e outras cidades da Alemanha. Peguei 1 hora e meia de trem regional para visitar um canil, onde tinha finalmente aparecido um candidato, mas que em apenas 1 dia de exposição já tinha 5 famílias em sua fila de espera (e nós não éramos os primeiros!). Também cogitei viajar para München para buscar uma cadela que chegaria na Alemanha numa certa quinta-feira, mas a pessoa do canil me disse que não poderia esperar pela minha viagem no sábado seguinte, pois essa cadela certamente conseguiria uma família antes do final da semana.

Com toda essa experiência, eu aprendi que muitos cachorros vinham de outros países (Polônia, Turquia, Espanha, Portugal…) para serem adotados na Alemanha. Sim, Portugal! E foi assim que eu resolvi ir direto à fonte, e ter acesso ao cachorro antes dele chegar na Alemanha e “colecionar” famílias interessadas.

Para isso, encontrei no Facebook um grupo de adoção de cães em Portugal, onde pedi indicações de canis que já tivessem experiência em enviar cães para a Alemanha. Assim consegui o contato de algumas pessoas maravilhosas, dentre elas a Isabel da Apaba, com quem quase adotei um cachorro muito querido, mas que infelizmente estava com leishmaniose. E então conheci a prestativa Antoinette da AFA, que só esse ano já havia enviado mais de 50 cachorros pra Alemanha, incluindo a mãe do Darwin.

E porque o Darwin? Bom, quando a Antoinette me enviou as fotos dos cachorros de menor porte, disponíveis na AFA e no canil municipal de Santiago do Cacém, eu adorei esse “cara de raposa”, pois eu gosto de cachorros com esse estilo de pelagem (que agora descobri ser um tipo de Sheltie-Terrier-Mix). E com o tempo tive mais e mais certeza da minha escolha, pois o Darwin sempre se mostrava um cachorro muito obediente e tranquilo. Um animal evoluído, hehe.

O Darwin chegou de avião no dia 18/9/2019, como presente de dia das crianças (que aqui se comemora em 20/9). E agora temos o cachorro perfeito para ensinar ao Arthur sobre as emoções e o contato físico. E também a criança perfeita para mostrar ao Darwin como é bom viver em família.

Mari Espada.

2 comentários em “A história do Darwin

  1. Pelo aspecto, é um cachorro bem querido e muito obediente. O Arthur vai adorar, de certeza. Curiosamente, também ando com uma junior em casa, pois adoptamos outra “arraçada” a um casal amigo da minha prima, cujas garotas deram o nome de Lua.

    Ela pula, salta, morde, arranca e faz as suas necessidades fora do lugar. Mas tirando isso tudo, é uma maravilha!

  2. Linda história filha.
    Eu sinto, pela alegria do Arthur e demonstração de obediência do Darwin, que será um “casamento perfeito”.
    Com certeza vão se transformar em grandes amigos.
    Beijos !!!

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